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A energia que vai para o “lixo”

Recuperação e aproveitamento energético de resíduos sólidos permite ampliar matriz energética renovável brasileira.

Em agosto/2020, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) completou 10 anos. Neste período, o Brasil apresentou avanços em termos de gestão de resíduos sólidos urbanos (RSU). Infelizmente, a destinação final ambientalmente adequada mantém-se como um grande desafio a ser vencido, em especial nos municípios de menor porte, nos quais as limitações técnico-financeiras são mais evidentes. Não por acaso, uma década após a inauguração da PNRS, o país ainda possui mais de 3 mil lixões e aterros irregulares, os quais disseminam doenças e mazelas sociais.

Uma das grandes preocupações do Plano é justamente a destinação final ambientalmente adequada de resíduos sólidos. O encaminhamento dos rejeitos a aterros sanitários não é a única opção disponível para se garantir a destinação final adequada dessas substâncias. Outra alternativa: a recuperação energética de gestão de resíduos sólidos urbanos (RSU).

O caminho a ser percorrido ainda é longo e conturbado. Mais do que nunca, é importante ter um plano de ação concreto e bem estruturado, que estabeleça metas e indique propostas factíveis de solução a esses desafios.

Para as próximas duas décadas, projeta-se que o tratamento térmico será responsável por 30% do total de resíduos que deixará de ser encaminhado aos aterros, o que reduzirá, por consequência, o desperdício de materiais que ainda possuem potencial de valoração. Em relação à potência instalada, a estimativa é que, até 2040, apenas as unidades de tratamento térmico de RSU representarão 994 megawatts, o suficiente para abastecer com energia elétrica 27 milhões de casas Brasil afora.

É Inegável que são muitos os obstáculos a serem transpostos para que a geração de energia limpa a partir do “lixo” possa sair do papel e gerar desdobramentos sociais, ambientais e econômicos positivos à sociedade. No entanto, conhecer nossas possibilidades é o primeiro passo para traçarmos um plano de ação comprometido com o futuro do país e, finalmente, avançar nesta agenda.

Fonte: MARIANA GMACH PHILIPPI/JOTA – BABCOCK.COM