Gigantes japonesas investem em startup de hidrogênio natural
Osaka Gas e Mitsubishi Heavy Industries farão aportes na Koloma, que aposta no hidrogênio natural como uma solução energética limpa.
Duas das maiores empresas industriais do Japão, Osaka Gas e Mitsubishi Heavy Industries (MHI), anunciaram um investimento significativo na Koloma, startup americana especializada na exploração de hidrogênio natural. A rodada de financiamento, no valor de US$ 50 milhões, marca a entrada das empresas japonesas no crescente setor de hidrogênio geológico, que vem atraindo a atenção global como alternativa energética limpa.
Deve haver uma corrida do ouro pelo hidrogênio natural – também chamado de hidrogênio branco – uma vez que esta seria uma rota mais limpa e mais barata do que produzir H2 por meio da reforma a vapor ou da eletrólise. Mengli Zhang, professora da Escola de Minas do Colorado/USA
Hidrogênio geológico: uma nova fronteira energética
O hidrogênio natural é encontrado na natureza como gás livre em camadas da crosta continental, nas profundezas da crosta oceânica ou em gases vulcânicos, gêiseres e sistemas hidrotermais.
A US Geological Survey (USGS), estima que existam 5 trilhões de toneladas de hidrogênio natural em reservatórios subterrâneos pelo mundo. A maior parte do hidrogênio é provavelmente inacessível, mas uma recuperação de alguns por cento ainda supriria toda a procura projetada – 500 milhões de toneladas por ano – durante centenas de anos.
A Koloma, fundada há dois anos, já levantou US$ 245 milhões em financiamento. Conta com o apoio de Bill Gates por meio de seu fundo Breakthrough Energy Ventures, que investiu US$ 91 milhões na empresa, reafirmando seu compromisso com a transição energética e o combate às mudanças climáticas.
A expectativa de que essa forma de hidrogênio possa ser produzida por valores tão baixos quanto US$ 1 por quilo, tornando-o altamente competitivo em comparação com outras fontes de energia.
Hidrogênio natural no Brasil
Um grupo de cientistas brasileiros e franceses, liderados pelo professor Paulo Emílio de Miranda, presidente da Associação Brasileira de Hidrogênio (ABH2), comprovaram a existência de uma reserva de hidrogênio natural com grande potencial em Maricá, no Rio de Janeiro.
Além de Maricá, foi constatada a presença de altas concentrações desse gás em reservatórios profundos da Bacia do São Francisco, em Minas Gerais. E, também, nos estados do Ceará, Goiás, Tocantins, Roraima e Bahia, com diferentes potenciais mas com valores significativos.
Fonte: Um Só Planeta / (eixos)