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A água é uma commodity?!

O assunto “água” está no centro dos grandes debates internacionais. Sobretudo em razão de sua potencial escassez e dos níveis de poluição ambiental.

Nos últimos anos o tema “água” adquiriu uma conotação comercial e especulativa. Controle de reservas hídricas, abastecimento e saneamento em geral deixaram de ser tarefa exclusiva do setor público e patrimônio coletivo. Há movimentos político-econômicos em curso. Nos Estados e no Congresso Nacional já há inúmeros e diferentes projetos de leis, alguns aprovados, que têm como objetivo comum, a rigor, superar dúvidas jurídicas e obstáculos operacionais. Afinal, dúvidas jurídicas e obstáculos operacionais são as razões que têm afastado os investidores interessados na “mercadoria água”. Dentre eles, muitas empresas estrangeiras.

Embora se assemelhe a uma mercadoria, já que têm custos de captação, tratamento, manutenção e comercialização, e preços de vendas e mercado permanente, a água não é uma mercadoria! A água é um bem da natureza, comprovada e absolutamente essencial à sobrevivência humana e de todas as espécies. E limitada em quantidade e qualidade. Um provérbio inglês diz que “nunca sabemos o valor da água até o poço secar!” Qualquer ação política e/ou econômica em torno da água deve ser objeto de consulta popular, por referendo e/ou plebiscito.- Astor Wartchow/Sul21.

Em abril de 2000, em Cochabamba (Bolívia), em face de uma desastrada privatização e abusos tarifários, uma revolta popular expulsou a concessionária norte-americana e reconquistou um bem básico da comunidade. Na ocasião, um dos líderes do movimento disse o seguinte: “As pessoas sabiam que se perdessem o controle sobre suas águas perderiam o controle sobre suas vidas!

Água já é negociada como commodity na bolsa de Wall Street.

 A água, pela primeira vez na história, passou a ser negociada como commodity no mercado futuro em bolsa de valores. A Nasdaq lançou, na semana passada, em Wall Street, Estados Unidos, o Nasdaq Velez Califórnia Water Index (Índice da Água). Assim, o recurso já é negociado e seu preço irá flutuar como o petróleo, a soja, o ouro ou o trigo. O preço da água na Califórnia, que é usado como referência, dobrou no ano passado devido sua escassez, de acordo com a Nasdaq.

Dois bilhões de pessoas vivem em países com sérios problemas de acesso à água.  A agência estima que nos próximos anos dois terços do planeta podem sofrer escassez de água e milhões de pessoas serão deslocadas por isso. A insuficiência do líquido vital está relacionada à exploração excessiva desses recursos pelo setor primário, indústria e consumo humano, bem como às mudanças climáticas. – Nações Unidas (ONU)

O Brasil é o maior detentor de água doce de superfície do mundo, com cerca de 12% do total. China e Estados Unidos são os principais consumidores mundiais de água. A insuficiência do líquido vital está relacionada à exploração excessiva desses recursos pelo setor primário, indústria e consumo humano, bem como às mudanças climáticas.

E agora, José?!

Fonte: Sul21 / AG EVOLUTION