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2023: provavelmente, o ano mais quente já registrado

O efeito de aquecimento do El Niño deve continuar no próximo ano.

A mensagem da Organização Meteorológica Mundial (OMM) da ONU, diz que, neste ano até o momento, a temperatura média global é a mais alta já registrada (1,43 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais) e o gelo marinho na Antártida permanece em níveis recordes baixos. A OMM espera que o padrão climático de aquecimento do El Niño dure pelo menos até abril de 2024, contribuindo para um novo aumento das temperaturas. Os impactos do El Niño na temperatura global normalmente ocorrem no ano seguinte ao  seu desenvolvimento. o próximo ano pode ser ainda mais quente.

É importante notar que o El Niño não é o único fator que impulsiona os padrões climáticos globais e regionais, e que as magnitudes dos indicadores do El Niño não correspondem diretamente às magnitudes dos seus efeitos. Não existem dois eventos El Niño iguais.

Petteri Taalas – Chefe da OMM
Gasolina na fogueira

Embora o El Niño ocorra naturalmente, surge no contexto das alterações climáticas alimentadas por “concentrações crescentes de gases com efeito de estufa que retêm o calor provenientes das atividades humanas”, sublinhou o Prof. Taalas. Ele alertou que eventos climáticos extremos, como ondas de calor, secas, incêndios florestais, chuvas fortes e inundações, serão piores em algumas regiões. A iniciativa Alertas Prévios para Todos para salvar vidas e minimizar perdas econômicas é um compromisso da OMM.

O ano anterior mais quente já registado foi 2016, devido a um “golpe duplo” de um El Niño excepcionalmente forte e das alterações climáticas.

O El Niño é criado por águas quentes que chegam à superfície e são então liberadas como calor extra na atmosfera.

Desde maio deste ano, as anomalias médias mensais da temperatura da superfície do mar no Pacífico equatorial centro-leste aqueceram significativamente, subindo de cerca de 0,5 °C acima da média para cerca de 1,5 °C acima da média em setembro, disse a OMM. 

Estas estimativas são relativas ao período de referência 1991-2020, utilizando a versão mais recente do conjunto de dados de interpolação ideal da temperatura da superfície do mar (OISST). As previsões mais recentes dos especialistas sugerem uma elevada probabilidade de continuação do aquecimento no Pacífico durante pelo menos as próximas quatro estações sobrepostas de três meses, até Fevereiro-Abril de 2024.

Brasil pode dominar a oferta mundial de créditos de carbono, biodiversidade, pagamentos por serviços ambientais relacionados aos recursos hídricos e toda a sorte de novos arranjos que esse mercado emergente poderá criar.

Outubro mais quente de longe

Foi de longe o outubro mais quente já registado, 0,85°C acima da média de 1991-2020 e 0,40°C acima do outubro mais quente anterior. A anomalia da temperatura global foi a segunda mais alta em todos os meses do conjunto de dados ERA5, atrás de setembro de 2023, disse.

Outubro marcou o sexto mês consecutivo em que a extensão do gelo marinho da Antártida permaneceu em níveis recordes baixos para esta época do ano, com um valor mensal 11% abaixo da média. A extensão do gelo marinho do Ártico atingiu o seu sétimo valor mais baixo em outubro, 12% abaixo da média.

As condições do El Niño continuaram a desenvolver-se no Pacífico equatorial, embora as anomalias permaneçam inferiores às alcançadas nesta altura do ano durante o desenvolvimento dos eventos historicamente fortes de 1997 e 2015.

Em Outubro de 2023, a precipitação geral estava acima da média na maior parte da Europa. A tempestade Babet atingiu o norte da Europa e a tempestade Aline atingiu Portugal e Espanha, trazendo fortes chuvas e inundações. 

Fonte: ONU news.un.org