Brasil, um provedor de soluções baseadas na natureza para o mundo
O país, sozinho, representa aproximadamente 20% desse potencial global ainda não explorado.
Detentor de 15% a 20% da biodiversidade do planeta conhecida pela ciência e de seis biomas riquíssimos, o Brasil pode assumir um papel relevante para combater a crise climática. Essas soluções podem representar até 37% das medidas necessárias para manter o aumento da temperatura média global abaixo de 2ºC.
Os verbos produzir e preservar não são antagônicos e, para além da experiência doméstica, chegou o momento de compartilhar esse conhecimento com o restante do mundo e ampliar o alcance de nossas soluções.
Marina Grossi – presidente do CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável)
Embora o potencial brasileiro seja dominado pela conservação de florestas e reflorestamento, há ainda um grande potencial para ações com a participação do manejo de solo e recuperação de pastos na agropecuária. O Brasil tem 42 milhões de hectares de pastagens degradadas que poderiam ser utilizadas sob essa abordagem, o que contribuiria para cumprir um dos objetivos que é restaurar 12 milhões de hectares de terras degradadas até o final da década.
O Brasil pode dominar a oferta mundial de créditos de carbono, biodiversidade, pagamentos por serviços ambientais relacionados aos recursos hídricos e toda a sorte de novos arranjos que esse mercado emergente poderá criar.
Credibilidade
Para ter credibilidade nesse pleito, contudo, o Brasil precisa continuar combatendo o desmatamento ilegal, que tem mostrado resultado na Amazônia, com os alertas de desmatamento cedendo. Já no Cerrado, onde a perda de florestas está em alta – segundo o sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em setembro a alta no desmatamento foi de 149% em comparação ao mesmo mês de 2022, será preciso colocar em prática, com urgência, as ações já previstas no PPCerrado, o plano de ação para prevenção e controle do desmatamento e das queimadas no bioma. Temos o prazo de dois anos, até a COP 30, a primeira a ser realizada em solo amazônico, para mostrar resultados consistentes em frear a perda dos ecossistemas.
Fonte: Um Só Planeta