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Cinco formas de armazenar energia solar e eólica

As fontes eólicas e solar nem sempre conseguem suprir a necessidade de energia nos volumes necessários ou no momento desejado, demandando tecnologias de armazenamento de energia

Um líder do Terceiro Mundo (aliás, “uma” como seus admiradores faziam questão de ressaltar) virou piada ao sugerir, durante discurso na Organização das Nações Unidas (ONU), a necessidade de uma tecnologia para estocar vento. Apesar da repercussão negativa, alguma sabedoria acompanhava aquele raciocínio (mesmo que ela nem desconfiasse disso).

Na verdade, não se trata de guardar o vento ou o sol, mas a energia gerada por essas fontes chamadas intermitentes, ou seja, a ideia é armazenar eletricidade nos períodos de baixa demanda para consumir nos horários de ponta.

Esse, aliás, é um dos grandes desafios do setor hoje. Pelas próprias características dessas fontes, a geração de energia eólica e, principalmente, solar nem sempre suprem a demanda de energia nos volumes necessários ou no momento desejado.

Em todo o mundo, empresas e centros de pesquisa estão empenhados em desenvolver tecnologias de armazenamento de energia. Em resumo, esses sistemas convertem energia elétrica em outra forma de energia armazenável, durante o processo de carga, que pode ser químico, mecânico, térmico, e a transformam novamente em energia elétrica durante o processo de descarga.

Cinco formas de estocar energia:

Baterias

No embalo dos carros elétricos, as baterias lideram a corrida por soluções de armazenamento de energia, sobretudo os modelos de íon-lítio que se mostraram mais potentes e duradouras que as baterias de sódio, por exemplo. Embora sejam a forma mais comum de guardar energia, as baterias ainda têm desafios importantes a superar: ainda são caras, não conseguem reter a energia armazenada por muito tempo e tampouco estocar grandes quantidades de eletricidade.

Ar congelado

Em momentos de baixa demanda, a energia elétrica excedente é usada para resfriar o ar a 200°C negativos. Nessa temperatura, o ar atinge a forma líquida e pode ser armazenado e transportado. Quando aquecido novamente, em contato com uma fonte térmica, ele se expande e movimenta uma turbina, convertendo energia mecânica em elétrica. Além disso, o ar congelado pode ser usado para mover pistões de motores e equipamentos de condicionamento de ar.

Água comprimida

Mecanismo semelhante ao que usa o ar congelado. Consiste em bombear e comprimir água nas profundezas da terra, nas fissuras de rochas em poços de petróleo e gás abandonados. Quando essa água é liberada e pressurizada, age como uma mola que move uma turbina, gerando eletricidade. Testes mostram que após o bombeamento de água dentro do poço durante 12 horas, a tecnologia foi capaz de gerar eletricidade ao longo de seis horas.

Hidrogênio

Diversos estudos usam o hidrogênio como vetor energético em associação com a energia solar, eólica e hidrelétrica. Existem algumas formas de se produzir o hidrogênio, entre elas a eletrólise da água. Armazenado em células (fuel cell) pode ser utilizado, por exemplo, para carregamento de baterias de veículos elétricos e em sistemas auxiliares de energia. Uma das grandes vantagens da produção do hidrogênio é conseguir armazenar grandes quantidades de energia.

Hidrelétricas reversíveis

Solução simples e viável para a questão do armazenamento de energia, as hidrelétricas reversíveis podem guardar grandes quantidades de energia. O sistema funciona com dois reservatórios. A energia é gerada quando a água desce do ponto mais alto para o mais baixo, passando pelas turbinas. Quando há excedente de energia na rede, a usina reversível passa para o modo de bombeamento, no qual um motor elétrico bombeia a água do reservatório inferior para um reservatório superior novamente. Neste caso, a água fica novamente disponível para gerar energia em horários de maior consumo de energia.

Fonte: Gazeta do Povo