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Ferrari verde?!

Os fabricantes de carros esportivos com potentes motores à combustão se preparam para enfrentar a legislação ambiental restritiva.

A proibição dos carros movidos à combustão interna (inclusive os híbridos) está cada vez mais próxima da realidade. Mas o banimento pode ocorrer de forma ‘disfarçada’, ou seja, por meio de regras de emissões tão rígidas que os tornariam inviáveis para as montadoras produzi-los – e esse parece ser o cenário que se desenha na União Europeia. A adoção de regras de emissões muito restritivas, provavelmente vai acabar sendo mais barato fabricar carros elétricos.

O Consortium for Ultra Low Vehicle Emissions (Clove), um grupo de consultores de engenharia da Comissão Europeia, responsável por conduzir o processo de mudança na legislação ambiental, oferece a alternativa de que os carros com motores a combustão sejam equipados com um sofisticado sistema de diagnóstico que monitore o motor para garantir que ele permaneça em conformidade com as emissões por 240.000 quilômetros. Claramente desestimulante.

Ferrari confirma que terá esportivo elétrico nos próximos anos

Tradições se mantêm enquanto há força — algo difícil quando no outro lado há uma tendência global de combate aos gases estufa. Por isso os mais puristas já devem se preparar para conhecer, nos próximos anos a primeira Ferrari elétrica.

2030 será um ano em que teremos carros híbridos. Então, dentro de uma década, não veremos a Ferrari completamente elétrica; o que veremos é uma Ferrari elétrica”, disse John Elkann, CEO em exercício da companhia, de maneira um pouco ambígua.

John Elkann – Ferrari
Ronco da Ferrari

Uma das soluções que o Cavallino Rampante deve buscar são brechas aplicáveis a pequenos fabricantes, que devem seguir construindo carros a combustão em regime especial.

O cronograma das transformações prevê uma mistura de modelos até 2026 representados por 5% carros elétricos, 55% carros híbridos e 40% carros com motor a combustão. Em 2030 os percentuais serão: 40% de energia elétrica pura; 40% híbrido; 20% térmico. A Ferrari também trabalhará em combustíveis sintéticos e hidrogênio para reduzir as emissões de CO2. Mas essas duas tecnologias provavelmente só encontrarão aplicação na próxima década.

Restrições

Países como o Reino Unido já têm prazos estabelecidos para a guinada elétrica. Na ilha britânica, carros não-elétricos serão proibidos à venda em 2030.

Na Europa, a rígida norma que entrará em vigor em 2025, tornará bem mais difícil a vida dos motores a diesel e gasolina.

No Brasil, já há projetos no Senado que propõem proibição semelhante em 2030.

Fontes: Quatro Rodas e Inside EVs