Altas temperaturas e a nossa saúde
O aumento das temperatura pode causar doenças cardiovasculares e respiratórias.
Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), 2023 foi o ano mais quente em 174 anos. O marco foi atingido pelo 1,4°C acima da média na temperatura global. As altas temperaturas este ano ocorreram pelos três principais gases do efeito estufa, dióxido de carbono, metano e óxido nitroso.
Quando somos expostos a um estresse térmico, no caso seriam as altas temperaturas, o organismo vai reagir imediatamente com uma série de alterações que chamamos de fisiológica, para que essa temperatura volte para sua média original, fazendo um resfriamento. A primeira reação que acontece é a perda de calor por meio do suor, que é o método natural.
Maria Gorete Teixeira Morais – Professora de Medicina da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) da USP
Malefícios do calor extremo
O aumento de temperatura está ligado a 5,7% dos óbitos na América Latina.
Observou-se que em temperaturas extremas houve aumento de doenças cardiovasculares e respiratórias, especialmente no grupo de risco, que são crianças, idosos e adultos que possuem doenças crônicas.
Com o calor extremo, o nosso sangue fica mais espesso, ele aumenta o risco de coágulos sanguíneos, trazendo uma carga adicional para o coração, fazendo com que ele bombeie mais rápido para tentar dissipar o calor desse corpo, só que, ao mesmo tempo, ele vai estar com o sangue mais concentrado, favorecendo então a formação de coágulos. Por isso, pessoas que têm insuficiência cardíaca, um coração mais fragilizado, estão com maior risco de complicações relacionadas ao calor intenso, podem desencadear arritmia, o coração começa a bater descompassado.
Como se proteger
Nas horas de calor sufocante, é fundamental se prevenir, como explica a professora Maria Gorete. A pessoa exposta ao sol em temperatura extrema de calor precisa diminuir sua temperatura, fazendo boa hidratação para poder repor essa perda de água que temos constante, procurar locais de temperatura menor e saber a disponibilidade de áreas mais resfriadas.”
Em relação à alimentação, deve-se que fazer refeições bem leves, bem espalhadas ao longo do dia em pequenas porções em uma hiper-hidratação. Aumentar o consumo de saladas, frutas e comidas frias e evitar ingerir comidas quentes. Caso haja necessidade de sair à rua em dias quentes, é necessário utilizar protetor solar, chapéu, guarda-chuva, óculos escuros e vestir roupas leves. Principalmente evitar horários de pico do sol, como das 11 da manhã até as 17 horas.
Mesmo dentro de casa, os cuidados não podem ser negligenciados. Não deixar as casas abafadas nem deixar totalmente abertas ao sol. Então, deixe o ar circulando, tome banhos mais frios, evite tomar banho bem quente, porque esse banho vai aumentar a temperatura corpórea, vai deixar a pele mais ressecada. Evitar aglomeração, locais que estão muito cheios de pessoas. Dar preferência para viagem ao campo, onde existe maior circulação de ar.
Fonte: Um Só Planeta