Descoberta por acaso!
Acidente de laboratório no Ceará pode amenizar poluição mundial!
Jovem pesquisadora descobriu material capaz de ajudar a conter vazamento de petróleo.
Depois de quase começar um incêndio em um dos laboratórios de química do Instituto Federal do Ceará, a estudante Myllena Cristyna da Silva, de 19 anos, acabou criando um material poroso que pode ser usado para conter vazamentos de petróleo no mar. O que começou com um acidente na estufa do laboratório pode contribuir para amenizar um dos maiores problemas de poluição ambiental em todo o mundo.
Estudante do curso técnico em Meio Ambiente, Myllena estava estudando os polímeros que compõem o isopor e acabou esquecendo uma parte do material na estufa do laboratório. O estudo pegou fogo e Myllena levou o material em chamas para a pia. Ao jogar água, o choque térmico acabou criando “cristais de isopor”, que ela chamou de cristal liso.
O trabalho foi apresentado durante a Intel ISEF 2018, a maior feira de ciências do mundo, e tem um grande potencial. Além da capacidade de absorver petróleo, a jovem realizou ainda outro procedimento, em que conseguiu transformar isopor em um material cristalino, mas dessa vez poroso. Colocando nesse material uma bactéria conhecida por degradar isopor e plásticos, ela percebeu que o processo de decomposição bacteriano se dava muito mais rápido a partir dos cristais. De modo natural, as bactérias demorariam mais de 150 anos para devorar o isopor tradicional, mas para comer os cristais porosos elas levaram apenas sete meses.
Esse ciclo fechado acontece basicamente pelo fato de ela utilizar o produto industrializado, o isopor, para produzir a sua própria matéria-prima após alguns processamentos. Em outras palavras, é possível recolher isopor descartado incorretamente no meio ambiente, ou mesmo fazer uma coleta seletiva do material nas cidades, e reciclá-lo em sua totalidade usando essas bactérias.
A participação no evento, que aconteceu na última semana em Pittsburgh, nos Estados Unidos, também rendeu boas notícias para a vida pessoal da jovem cientista: ela levou dois prêmios especiais na feira e foi convidada a estudar em duas universidades norte-americanas (Universidade do Arizona e Universidade Estadual do Arizona) diferentes com bolsas integrais.
Fonte: eCycle