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Mulheres emitem menos gases de efeito estufa do que os homens

A diferença é explicada pela propensão dos homens a consumir mais bens e serviços emissores, como combustível.

As mulheres têm estilos de vida que emitem menos gases de efeito de estufa, em média, do que os homens, segundo a economista Oriane Wegner. Elas, porém, sofrem mais os efeitos das alterações climáticas. Baseada em um estudo sueco de 2021 que diz que as tendências de consumo dos homens “causam em média 16% mais gases de efeito estufa” do que as das mulheres. A diferença é explicada pela propensão dos homens a consumir mais bens e serviços emissores, como combustível fóssil.

Embora possa parecer à primeira vista que a mudança climática afeta toda a população da mesma forma, estudos destacam disparidades de gênero em comportamentos na origem das emissões de gases de efeito estufa e nas consequências de alterações climáticas.

Oriane Wegner

 Mulheres comem menos carne

A dieta também pode desempenhar um papel significativo, já que “uma dieta com menos carne leva a emissões mais baixas”. De acordo com uma pesquisa do Instituto de Estudos de Opinião e Marketing na França e no Exterior (Ifop) de maio de 2021, dois terços dos vegetarianos franceses (67%) são mulheres.

Em 2021, os homens solteiros emitiram em média dez toneladas de gases com efeito de estufa, contra pouco mais de 8 toneladas das mulheres solteiras, ainda que os gastos deles sejam “apenas 2%” superiores aos delas. “Do lado das mulheres, observamos gastos vinculados a bens e serviços com menor nível de emissões, em especial cuidado, saúde e, na margem, móveis e vestuário”, detalha a economista. Enquanto os homens estão mais ligados à emissão de CO2 associada ao consumo de combustíveis fósseis.

Mulheres sofrem maior consequência.

No entanto, embora o gênero seja um critério “relevante” para explicar as disparidades nas emissões, “o nível de renda muitas vezes desempenha um papel mais importante”, assim como a residência urbana ou rural, alerta ela. Diante das consequências das mudanças climáticas, homens e mulheres não são iguais. De acordo com a pesquisa da ONU, 80% das pessoas forçadas a deixar suas casas por eventos climáticos extremos são mulheres.

Políticas públicas nacionais e quadros de ação internacional poderiam se beneficiar ao levar em conta as interações entre gênero e meio ambiente para fortalecer sua eficácia e sua articulação com os objetivos da justiça climática”, conclui a autora.

Fonte: Um Só Planeta