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Dispositivo portátil torna a água do mar própria para beber

Cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) desenvolveram um dispositivo portátil capaz de dessalinizar e remover partículas da água do mar, tornando-a própria para o consumo. 

Existem pelo menos 150 países que usam o método de dessalinização para seu abastecimento regular, em especial os de regiões desérticas ou com dificuldades de abastecimento, como os do Oriente Médio e do norte da África. Um dos líderes nessa tecnologia é Israel, onde cerca de 80% da água potável consumida pela população é proveniente do mar. Estima-se que mais de 300 milhões de pessoas no mundo são abastecidas diariamente por meio da dessalinização.

As unidades de dessalinização portáteis disponíveis no mercado atualmente, em geral, exigem bombas de alta pressão para impulsionar a água através dos filtros. Além do consumo de muita energia, precisam ser grandes para não comprometer sua eficiência. A ONU aponta a inviabilidade dessa tecnologia em áreas mais pobres, principalmente para o uso hídrico em larga escala, como na agricultura e em casos onde o local está muito distante da unidade de dessalinização. Diferentemente disso, a nova unidade de dessalinização proposta usa uma técnica de polarização de partículas (íons). Em vez de filtrar a água, o processo aplica um campo elétrico às membranas dispostas acima e abaixo de um fluxo de água. 

Junghyo Yoon/MIT

Com isso, as membranas repelem moléculas de sal, bactérias, vírus e outras partículas carregadas positiva ou negativamente conforme vão passando. As partículas carregadas são direcionadas a uma segunda corrente de água, que é descarregada.

A separação de sólidos dissolvidos e/ou suspensos possibilita a passagem de água limpa pelo canal. Como requer apenas uma bomba de baixa pressão, o processo acaba usando menos energia do que outras técnicas. 

Em seguida, uma segunda etapa, chamada eletrodiálise, remove todos os sais solúveis que passam no meio do canal.

Além de superar as diretrizes de qualidade da OMS, a água resultante teve sua quantidade de sólidos suspensos reduzida em um fator de pelo menos 10. O protótipo produz água potável a uma taxa de 0,3 litros por hora e requer apenas 20 watts de energia por litro.

Assista o vídeo:

Junghyo Yoon, um dos criadores do dispositivo, bebendo a água do mar que acaba de ser purificada. Imagem: MIT

Fonte: Olhar Digital