O peso da humanidade

Todos os anos, a humanidade despeja o equivalente a seu próprio peso em plásticos nos ecossistemas.

São 300 milhões de toneladas por ano que asfixiam os cursos de água e os mares, entopem as ruas, prejudicam a vida selvagem e, por fim, causam sérios danos à saúde pública. O rastro tóxico do crescimento econômico – poluição e desperdício – resulta na morte prematura de milhões de pessoas ao mesmo tempo em que causa danos incalculáveis ao planeta.

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) uniu forças com a Fundação Ellen MacArthur para enfrentar o que os especialistas ambientais chamam de um dos vícios mais perigosos do mundo: o plástico de uso único. Para conter essa maré, desde 2018, pressionam os tomadores de decisão dos setores público e privado a se comprometerem a cultivar uma economia circular em torno do plástico, uma economia na qual o plástico é feito para durar e ser reutilizado – não simplesmente jogado fora. Isto envolveria novos produtos e modelos de negócios, bem como sistemas aprimorados de reciclagem e compostagem.

Nos últimos 50 anos, a produção de plástico aumentou mais de 22 vezes e cerca de US$180 bilhões foram investidos em instalações de produção somente na última década. Enquanto isso, a pandemia global da COVID-19 causou um surto de máscaras médicas plásticas, luvas e óculos de proteção, enquanto muitas das políticas destinadas a limitar produtos plásticos de uso único foram revertidas.

Foi criada a Responsabilidade Estendida do Produtor (REP), um tipo de abordagem política integrada que está começando a se impor com os governos em todas as escalas. Estas políticas colocam uma responsabilidade compartilhada pelo fim da vida útil dos produtos plásticos sobre os produtores de plástico e outros atores da cadeia de fornecimento, em vez de colocar o fardo sobre o público.

A REP adequadamente projetada cria fortes incentivos para que os produtores projetem produtos que possam ser mantidos na economia, em vez de serem descartados, bem como um meio para que possam ser reciclados em novos produtos ou novos usos.

Espera-se que o regulamento inclua metas para que os produtores aumentem a taxa de reciclagem de embalagens plásticas domésticas de 4,5% para 45%, bem como a obrigação de cobrir 80% das residências com coleta porta-a-porta das embalagens.

Fonte: Ecodebate