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Extraindo a energia ‘total’ da luz do sol

Cientistas demonstraram pela primeira vez que é possível gerar energia a partir de todo o espectro visível da luz solar. Essa tecnologia conseguiria captar pelo menos 50% mais energia do que as atuais células fotovoltaicas. Também é capaz de transformar energia do Sol em combustível, mais rápido e eficientemente do que ocorre atualmente.

Os pesquisadores da Universidade de Ohio, Estados Unidos criaram uma nova molécula, capaz de absorver toda a luz do sol que enxergamos. Ao mesmo tempo, ela age como um catalisador para converter essa energia solar em hidrogênio — uma fonte alternativa de energia, limpa e sustentável, que poderia servir de substituto aos combustíveis fósseis.

“A ideia é pegarmos os fótons da luz sol e transformá-los em hidrogênio. Em linhas gerais, estamos absorvendo a energia solar e armazenando-a na forma de ligações químicas para que possa ser utilizada em um momento futuro”, disse Claudia Turro, a líder do projeto.

A luz é composta por minúsculas partículas elementares, chamadas fótons. São “pacotinhos” que transportam energia eletromagnética. Células fotovoltaicas tradicionais já utilizam os fótons para gerar energia. Só aproveitam, porém, parte da luz solar. A grande inovação da pesquisa é tornar possível a coleta da energia de todo o espectro visível — inclusive do infravermelho de baixa energia, muito difícil de ser absorvida.

A maior parte das tentativas anteriores de produzir hidrogênio a partir da luz solar focaram nas ondas de energia mais altas no espectro solar — como os raios ultravioleta. Além disso, usaram catalisadores compostos por duas ou mais moléculas. Também havia trocas de elétrons, ou seja, de energia, enquanto o combustível era produzido. O problema é que muita energia era perdida nessas trocas. Isso tornava os sistemas multi-moléculas pouco eficientes.

O time da Universidade de Ohio conseguiu superar os dois obstáculos. Descobriu como fazer um catalisador que “jogasse menos energia fora” e tivesse só uma molécula — uma forma do elemento Ródio. Depois, capturaram energia desde o infravermelho até o ultravioleta, ou seja, o espectro visível inteiro.

Precisamos de energia renovável. Imagine se pudéssemos usar a luz do sol em vez de carvão, gasolina ou diesel. Só assim podemos desacelerar as mudanças climáticas“, acredita a cientista.

Fonte: UOL/Tilt