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Ter, tinha…

Não vai ter água para todo mundo o tempo inteiro. Tudo o que a população se acostumou a fazer está com os dias contados. Não vai dar mais para lavar a louça como se a torneira fosse uma miniatura das cataratas do Iguaçu. A mangueira não pode mais ser vassoura. O banho é só para tirar o suor e não para resolver uma série de questões de você com você mesmo. Chegou inclusive a hora da agricultura e da indústria, setores que mais consomem água, trabalharem contra o desperdício.

A falta de água que nasce da abundância.
No Brasil, consumimos uma média de 200 litros diários, quase o dobro do necessário apontado por um estudo da ONU.
A salvação vem da tecnologia?

Não necessariamente!

Pesquisadores da Índia estão usando nanotecnologia para filtrar água, matando bactérias e limpando impurezas. Outras tecnologias, desenvolvidas na Europa, apostam em compostos químicos para tratar água. Isso ajudaria a resolver o problema da água de reuso – aquela água que desce pelos canos depois de você tomar banho e que demorava um tempão para ser tratada até voltar a ser potável de novo. Em lugares onde realmente não têm água doce, como Israel e Dubai, a aposta é em dessalinizadores potentes, capazes de transformar milhões de litros de água do mar em líquido pronto para beber.

Entretanto, o problema sempre será o custo!

Então, qual a saída?

No Brasil, o grande problema é a gestão das companhias de saneamento.

Diego Berger, coordenador de projetos internacionais da Companhia Nacional de Água de Israel, disse em visita a Maceió sobre a dessalinização:

“Dessalinizar água no Brasil é admitir fracasso…

O problema aqui é cultural. Vocês têm uma cultura da abundância.

Em Israel, a gente sempre fala que foi abençoado com a falta de recursos, então a gente tem de usar a cabeça. E uma diferença: você vê o valor que as pessoas dão aos recursos, não só à água. Se você tem abundância, não valoriza. O começo de tudo é a gestão, ensinar às pessoas o valor necessário da água.

O semiárido do Brasil tem mais água se comparado a Israel.

Primeiro tem fazer uma gestão de tudo e depois pensar em trazer água do mar. Deve-se reduzir as perdas.

Antes, em Israel, a gente teve um debate: quanto tem de ser a perda máxima nas cidades para se permitir a dessalinização? A gente decidiu que não poderia ser mais de 15%, senão você está botando água muito cara dentro da rede, e ela vai para o subsolo. Em 2015, esse índice era 15%; e agora está em menos de 10%…”

Fontes: TAB/UOL e UOL/Cotidiano