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Projeto premiado da USP vai usar resíduos de podas de árvores para fabricação de móveis e objetos

Laboratório Dapoda da USP foi o único brasileiro a vencer a competição global No Waste Challenge.

Se por um lado, a alta demanda por produtos madeireiros tem levado o Brasil a figurar no vergonhoso mapa da exploração não autorizada. De outro, as árvores que compõem a floresta urbana não são alvo do mesmo interesse. O chamado lixo verde é um desafio para a gestão dos municípios brasileiros, que descartam enormes quantidades de resíduos provenientes da poda ou da remoção de árvores das cidades. A destinação dada a esses galhos, folhas e troncos de árvores também aprofunda um problema ambiental.

A Prefeitura Municipal de São Paulo, por meio da Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb), informou que foram coletadas 33.338 toneladas de resíduos de podas de árvores na cidade, de janeiro a junho deste ano.

Dapoda – Laboratório Vivo de Design reúne estudantes de arquitetura e urbanismo, design, artistas plásticos e pesquisadores da USP. O projeto investiga novas formas de utilização do rejeito das podas na produção de design experimental, entre elas a fabricação de móveis, brinquedos e pequenos objetos de madeira. Mas com um diferencial: traçar a rota tecnológica da madeira descartada – desde a poda, passando pelo transporte até seus usos potenciais.

Laboratório Vivo

Segundo Cyntia Malaguti, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP nos cursos de graduação e pós-graduação em Design, e uma das colaboradoras do Dapoda, a iniciativa é uma forma de incentivar alunos e futuros designers a buscarem uma abordagem mais sustentável para seus projetos, já que muitos estudantes concentram seu trabalho em marcenarias nos centros urbanos.

“Nossos estudos indicam que 20% da madeira utilizada em São Paulo vêm da Amazônia. Seria importante colocar à disposição desses jovens designers a oportunidade de utilizar outros materiais, ainda que em pequena escala. Junto aos ganhos ecológicos, há ainda as oportunidades estéticas, que arquitetos e designers sabem distinguir como ninguém, e o impacto econômico estrutural. A partir do momento que você tem uma matéria-prima na sua praça, no seu bairro, diminui a logística de transporte e agrega valor para pequenas empresas. Há uma visão de cadeia produtiva”, reforça.

Fontes: Um Só Planeta e Jornal da Usp