Reciclagem é coisa de pobre

O que impulsiona o índice de reciclagem no Brasil não é a consciência ambiental do brasileiro.

O catador José Carlos de Almeida, 45 anos, sai de casa cedo para recolher material reciclável nas ruas, antes que o caminhão da prefeitura faça a coleta. Dezenas de outros fazem o mesmo. Em quase todas as cidades o mesmo acontece. Estima-se que 70% do que a população separa é levado por catadores independentes. O volume coletado pela prefeitura tem diminuído significativamente por causa da disputa pelo reciclável.

Dados da Associação Brasileira do Alumínio – ABAL e da Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alumínio – ABRALATAS mostram que 97,3 % das latinhas de alumínio produzidas no Brasil são recicladas, um dos maiores índices do mundo, à frente da Alemanha, a mais alta da Europa: 67,6% . Parece bom, não é? Não, não é!

Quem alavanca o índice de reaproveitamento do lixo são cooperativas e catadores independentes, a exemplo do José Carlos, que anda dezenas de quilômetros diariamente em busca de metais, papel e plástico com um carrinho que chega a pesar 200kg.

Do lixo com potencial de reciclagem apenas 3% é reaproveitado.

Por favor, não conclua que o Brasil precisa de mais pobres.

Fonte: i44NEWS com dados da cidade de Campos MourãoPR