Multa por desperdício de água

Devido à grave crise hídrica de 2014 na memória, alguns municípios tentam promover a economia da água por meio da conscientização dos moradores e da repressão ao desperdício.

É o caso da cidade de Itu/SP, segundo a matéria publicada no Jornal Cruzeiro do Sul, em 18/07/18.

Desde maio, o município pode multar quem for flagrado desperdiçando água e os trabalhos de fiscalização teriam sido intensificados. Segundo a Companhia Ituana de Saneamento (CIS), ninguém foi multado até agora, mas já foram emitidas 75 notificações e estas pessoas, em caso de reincidência, poderão ser multadas. O valor da multa corresponde a 10% do valor da conta de água. 

São consideradas pela Prefeitura situações de desperdício de água, ações como lavar calçada com o uso contínuo de água, molhar ruas continuamente, manter torneiras, canos, conexões, válvulas, caixas d’água, reservatórios, tubos ou mangueiras eliminando água continuamente, e lavar veículos com uso contínuo de água.

O apelo é para que a população economize 30% no consumo.
Iniciativa correta: incentivar o uso racional da água.
Agora, vamos ver o lado da concessionária!

Segundo os dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) em 2016 (dado mais recente) o índice de perdas na rede de distribuição de água da CIS (Itu) foi de 26,42%.

Ou seja, pedem para economizar 30% e desperdiçam quase 30%.

Mais grave, ainda: em 2015,  o índice foi 26,49%, o que representa que conseguiram uma “economia” de 0,07%.

A pergunta: que tal multiplicar os esforços por 10 e reduzir as perdas em 0,7%? 

E se fosse 7%, já pensou baixar para 20% de perdas!? Bem próximo dos 15% tido como padrão nos países desenvolvidos!

É sabido que para melhorar esse índice de perdas é necessário tecnologia, mão-de-obra, enfim, investimentos, que nesses anos de seca (sem trocadilho) econômica são escassos.

Mas para isso há saídas como contratos de performance e parcerias público-privadas.

Nosso post de 10/06/18 trata desse assunto: clique