SABESP: da boca pra fora!

Sabesp aumenta período de redução de pressão da água; periferias são as mais afetadas pelo racionamento.

A Sabesp aumentou em duas horas o período em que reduz a pressão nos dutos que abastecem a capital paulista e região metropolitana de São Paulo. A empresa diz que medida gera economia de água perdida em vazamentos não detectados nos canos. As torneiras vão secar nas bordas da cidade durante a noite.

  • Diminuição da pressão começará às 21h 
  • Medida gera economia de água perdida em vazamentos não detectados
  • Moradores de bairros mais afastados do centro já relatam falta de água

Dados da companhia mostram que todos os reservatórios estão no pior nível dos últimos cinco anos, colocando a população da Grande São Paulo em risco de viver uma nova crise de abastecimento. Com a falta de chuvas, surge a necessidade de adotar medidas para a economia de recursos hídricos. Apesar do problema preocupar moradores de toda cidade, são as periferias que sofrem com a falta de água com a redução da pressão. Na Zona Leste e na Zona Sul já falta água à noite e aos finais de semana. Até agora, a empresa diminuía a pressão da água entre 23h e 5h. Após a mudança, a medida passa a valer a partir das 21h. A Sabesp informou em nota que a prática é reconhecida internacionalmente, porém não se pronunciou sobre a parte do problema que lhe cabe resolver.

Campanhas publicitárias

A SABESP nos ensina a escovar os dentes e a tomar banho, mas não faz nenhuma declaração sobre os seus próprios esforços para reduzir as perdas de água tratada na rede de distribuição.

A precariedade do saneamento básico no país continua a piorar as condições de vida da população. Estudo do Instituto Trata Brasil elaborado em conjunto com a organização americana Water.org, revela que as perdas na distribuição de água chegaram a 38,5% em 2018. O Brasil joga fora muito mais água potável do que países como Blangadesh, onde o desperdício se limita a 21,6%, e a Etiópia (29,1%).

O quadro acima mostra que depois da crise hídrica, entre os anos de 2013 e 2015, que afetou a Região Metropolitana de São Paulo, a perda de água nas redes de distribuição aumentou. Em época de pandemia é fundamental que a população tenha acesso a água limpa, inclusive para lavar as mãos.

A culpa é das autoridades?!

Aí reside o maior problema. Quantos de nós, na iniciativa privada, estão dispostos a investir na preservação dos recursos hídricos de nosso país?

Quantos de nós incluiriam nos estudos de viabilidade econômica, cálculos de custo/benefício, prazo de retorno de capital e etc, fatores como contribuição à natureza, ecologia, sustentabilidade? Sem falar na contribuição às futuras gerações!

O reúso da água como alternativa para escassez.

Embora cerca de dois terços do planeta seja recoberto por água, apenas cerca de 3% corresponde à água doce. Desse percentual, 0,04% estão disponíveis para captação superficial, como rios e lagos, fontes altamente utilizadas para fins de abastecimento público no Brasil. Além disso, a disponibilidade hídrica brasileira é irregular, com maior abundância na região Norte, menos populosa, e menor disponibilidade em regiões populosas como no Sudeste e Nordeste do país, que demandam maior volume de água para consumo. 

A água de reúso é aquela proveniente de uma água que já foi extraída da natureza e, após passar por um processo, pode ser reaproveitada. Pode ser utilizada para fins não potáveis em substituição ao recurso oriundo de uma fonte nobre de fornecimento, tais como: rede concessionária pública, poços profundos ou artesianos e corpos superficiais.

Fica, então, a pergunta: você em sua residência ou você síndico de um condomínio encara um investimento de longo prazo? Ou vai deixar para “os outros” resolverem esse problema?

Fontes: Yahoo!notícias / Exame / Revista TAE